Marta Vidal

SETENTA E QUATRO (26/8/2021)

Um barco está atracado à porta da sede da Presidência da Comunidade de Madrid, na praça central da Puerta del Sol. Em redor, um mar de gente com cartazes e bandeiras.

Quem está de passagem pelo centro de Madrid no dia 13 de agosto não percebe bem o que se passa. A proa do barco tem a bandeira negra do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), o convés está cheio de balões coloridos. Mas isto é uma invasão, ou uma festa?

É um dos dias mais quentes do ano, a tarde já está a chegar ao fim e os termómetros ainda marcam 38ºC. Apesar do calor, a multidão que se junta em volta do inusitado barco vai crescendo, marés de gente diferente – mulheres, homens, crianças, idosos.

Uns seguram bandeiras com a sigla EZLN, outros erguem cartazes coloridos. “Alegre rebeldia”, lê-se numa faixa; “outros mundos são possíveis”, lê-se noutra. Para além de mensagens de apoio aos zapatistas em várias línguas, vêem-se cartazes em defesa de causas ambientalistas, feministas, antirracistas, sindicalistas.

Formado maioritariamente por indígenas maias, o movimento rebelde zapatista ergueu-se contra a desigualdade social no estado de Chiapas, no sul do México, em 1994. No início deste ano, os zapatistas anunciaram uma “invasão” da Europa, 500 anos depois de o México ter sido conquistado (…)

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