Marta Vidal

EXPRESSO (30/6/2023)

Todas as primaveras, milhões de aves migratórias voam sobre a Faixa de Gaza, um território onde os palestinianos vivem sob o bloqueio militar imposto por Israel. De cabeça erguida para o céu, observadores de pássaros sonham com liberdade na “maior prisão a céu aberto”

GAZA – Numa manhã no início da primavera, o céu de Gaza enche-se de pequenos pontos em movimento. Não são mísseis. Nem rockets. Nem os drones israelitas que vigiam constantemente o enclave cercado. “São cegonhas!” exclama entusiasmada Mandy Sirdah enquanto segura nos seus binóculos. Ao lado, a sua irmã gémea, Lara, aponta para o céu uma máquina fotográfica com uma objetiva de longo alcance. Idênticas em tudo, até nas roupas que vestem, as irmãs admiram as mais de mil cegonhas brancas que voam em círculos sobre elas a ganhar altitude numa corrente ascendente. “Tantas! Que bonito!”, dizem emocionadas.

Todas as primaveras, centenas de milhões de aves voam dos lugares onde passam o inverno em África para os locais onde se reproduzem na Europa e na Ásia. Posicionada entre os três continentes, a Palestina faz parte de um dos corredores migratórios mais movimentados do mundo. Muitas destas aves sobrevoam a Faixa de Gaza, um território onde 2 milhões de pessoas vivem sob o bloqueio aéreo, marítimo e terrestre imposto por Israel desde 2007.

“Não podemos sair de Gaza, os nossos movimentos são muito restritos,” dizem as irmãs. Observar aves foi a forma que encontraram de escapar ao sentimento de clausura e isolamento. Todos os fins de semana, acordam de madrugada para irem até às poucas áreas verdes que restam na faixa densamente povoada. De cabeça erguida para o céu, procuram aves e deixam-se voar em sonho. “Gostávamos de ser pássaros para podermos mover-nos livremente,” suspira Lara.

Numa expedição no início da primavera pelas zonas húmidas de Gaza, as irmãs Sirdah observam mais de uma dúzia de espécies diferentes: guarda-rios a bater as asas de um azul elétrico, milhafres-pretos a planar em busca de presas, garças brancas e alvéolas amarelas nas margens da água. Mandy está encarregada de procurar as aves com os seus binóculos, enquanto que cabe a Lara fotografar cada espécie. “Somos muito cuidadosas para não assustar os pássaros. Pomo-nos de joelhos, às vezes esperamos várias horas para fotografar um só pássaro,” conta Mandy.

Desde que começaram a observar e fotografar aves há oito anos, as irmãs já identificaram 165 espécies em Gaza. Partilham as fotografias nas redes sociais, onde são seguidas por milhares de pessoas que ficam surpreendidas com o que encontram.

“Quando se pensa em Gaza pensa-se no bloqueio, em pobreza, em destruição. Mas aqui também há beleza,” afirma Mandy. As gémeas querem dar a conhecer a biodiversidade da região e fazer com que mais pessoas se interessem por conservação num dos territórios mais devastados do mundo.

“Desde muito pequenas que gostamos de natureza e de vida selvagem, mas nunca estudámos biologia, nem fotografia,” dizem as irmãs. Com 47 anos, trabalham na área social com uma organização que dá apoio a pessoas surdas em Gaza. As oportunidades para quem se interessa por vida selvagem são quase inexistentes no território sitiado, tão hostil à vida.

Sonhar com voos na “maior prisão a céu aberto”

Gaza está sob bloqueio militar desde 2007, quando o grupo islamistaHamas, que rejeita negociações com Israel e defende a luta armada, tomou controlo do território. Considerando o Hamas uma organização terrorista e uma entidade hostil, Israel fechou as fronteiras terrestres, aéreas e marítimas, limitando a circulação de pessoas e bens. Cercada pelo exército israelita a norte, ocidente e oriente, resta a Gaza apenas a fronteira do Egito a sul, mas as autoridades egípcias raramente abrem a passagem a palestinianos, tornando o isolamento do enclave mais profundo.

Como a esmagadora maioria dos palestinianos que cresceram com as restrições impostas por Israel e pelo Egito, Mandy e Lara nunca saíram da faixa com 40 quilómetros de comprimento e 6 de largura, que é frequentemente descrita como a “maior prisão a céu aberto do mundo.”

Com os horizontes fechados, as irmãs olham para o céu. As fotografias que tiram a aves em Gaza são tão apreciadas, e tão inesperadas, que em 2019 receberam um prémio de uma fundação palestiniana pelo trabalho de documentação da vida selvagem. Mas as gémeas não puderam viajar para a cerimónia de entrega do prémio em Ramallah, na Cisjordânia. No mapa fica a apenas 80 quilómetros de Gaza. Na realidade é inacessível.

“Pedimos muitas vezes autorizações às autoridades israelitas para sair de Gaza para ir a conferências ou receber prémios, mas foram sempre rejeitadas,” conta Lara. As suas fotografias já foram exibidas em várias galerias e fundações, e por isso já viajaram muito mais do que ela. “Sentimo-nos presas. É sufocante,” desabafa.

Por terra, mar e ar, o exército israelita patrulha o enclave cercado, disparando sobre os pescadores que se afastam demasiado da costa ou sobre pessoas que se aproximam das vedações militarizadas. “Não podemos estar demasiado perto das fronteiras porque são muito perigosas,” explicam as irmãs. Especialmente para alguém que esteja com objetivas zoom e binóculos, considerados por Israel como materiais que podem ser usados para fins militares, e por isso, vistos como suspeitos.

As autoridades israelitas controlam tudo o que entra e sai do enclave, desde o número de calorias da comida importada, a medicamentos, até aos materiais de construção que são permitidos no território. “Tivemos muita dificuldade em conseguir o nosso equipamento,” conta Lara. Encomendaram uma máquina fotográfica especial com uma objetiva de longo alcance para fotografar aves e binóculos, mas ficaram retidos em Israel. Tiveram de esperar mais de cinco meses para reunir as autorizações necessárias e poderem receber o equipamento.

A longa lista de “bens de dupla utilização” que segundo as autoridades israelitas podem ser usados para fins militares e precisam de uma autorização especial para entrar em Gaza incluí todo o tipo de químicos, matérias-primas necessárias para a agricultura e indústria, materiais de construção como o aço e o cimento, equipamento de comunicações e veículos.

Como há restrições à importação de combustíveis, a eletricidade só vem algumas horas por dia, e não é suficiente para serviços básicos como água e resíduos. Em Gaza falta tudo. Falta eletricidade e combustíveis. Faltam medicamentos, equipamento e médicos para tratar dos doentes e dos feridos. Falta água potável. Falta alojamento para a população que cresce e materiais para reparar as casas destruídas em bombardeamentos. Faltam oportunidades e liberdades básicas.

Com o bloqueio a asfixiar a economia, a taxa de desemprego ronda os 50%. Mais de metade da população vive na pobreza e muitos dependem de ajuda humanitária para sobreviver. Organizações de defesa dos direitos humanos dizem que o bloqueio é ilegal e que se trata de um “castigo coletivo.” As autoridades israelitas justificam as restrições alegando motivos de segurança e defendendo que são necessárias para proteger os seus cidadãos de ataques terroristas.

Internamente, também há restrições impostas pelo Hamas, que não permite que se circule livremente perto de bases militares ou campos de treino de acesso restrito. “É difícil porque há zonas sensíveis onde não podemos entrar,” explica Lara, que não pode fotografar nenhuma área perto de instalações militares espalhadas por toda a faixa.

Desde que venceu as eleições em Gaza em 2006, o Hamas entrou em confronto com a Autoridade Palestiniana, liderada pelo partido Fatah. A disputa entre os dois partidos resultou numa divisão entre Gaza, controlada pelo Hamas, e a Cisjordânia, controlada pela Fatah. Sem eleições desde então, o grupo islamista tem endurecido as suas posições e o seu controlo do território, reprimindo a oposição.

Mas as políticas de clausura e restrições de movimento são muito anteriores à eleição do Hamas e ao bloqueio militar imposto por Israel em 2007. Gaza estava ligada ao resto da Palestina histórica antes da criação do Estado de Israel em 1948 num processo violento que resultou no deslocamento de quase dois terços da população palestiniana, conhecido como Nakba, a catástrofe.

Cerca de 200 mil palestinianos fugiram ou foram expulsos para Gaza, triplicando a população do território. Hoje, mais de 65% dos habitantes da Faixa de Gaza são descendentes de refugiados que foram impedidos de voltar para as suas casas e terrenos, apropriados por Israel.

Capturada pelo Egito durante a guerra israelo-árabe, Gaza manteve-se sob controlo egípcio até 1967, quando Israel se apoderou dos restantes territórios palestinianos. Isolada e cercada por Israel e pelo Egito, a Faixa de Gaza tornou-se um enclave densamente povoado por refugiados e economicamente dependente.

Fazer o que se pode com o pouco que se tem

No Departamento de Ciências Naturais da Universidade Islâmica de Gaza, o professor Abdel Fattah Nazmi Abd Rabou começa a nomear os exemplares da coleção de dezenas de aves embalsamadas que ajudou a reunir ao longo de vários anos.

“Este aqui é um pernilongo de asas negras. Este, um guarda-rios de peito branco. Ali temos um abelharuco e uma poupa. É uma coleção pobre… temos poucos recursos,” diz o professor de ciências ambientais, enquanto ajusta a asa solta de uma coruja branca. “Mas tentamos fazer o que podemos com o pouco que temos.”

Apesar das limitações, o professor guia-nos orgulhoso pelas instalações da universidade, fundada em 1978, a primeira em Gaza. Tirou o dia para receber o Expresso, e faz questão de apresentar todos os colegas e de mostrar cada canto do Departamento de Ciências Naturais. Numa pequena sala com um cheiro forte a químicos, o professor apresenta dois alunos que estão a aprender taxidermia, a dar vida ao que já não a tem. Enquanto atravessa um corredor luminoso com paredes pintadas de rosa, conta o número de vezes em que a universidade já foi bombardeada e reconstruída.

Da janela ao fundo do corredor, aponta para o jardim da universidade onde mainás, aves invasoras, voam à procura de migalhas nos relvados. “São uma praga, expulsam as aves nativas e ocupam-lhes os ninhos,” explica. Também no mundo animal há destas injustiças, mas o professor diz que as aves são a nossa principal ligação à natureza em ambientes urbanos densamente povoados, como é o caso de Gaza.

Desde 1996 que o professor Abdel organiza pequenas excursões com os seus alunos às zonas mais ricas em biodiversidade em Gaza para observar aves residentes e migratórias, e para chamar a atenção à necessidade de preservar e reabilitar os ecossistemas locais.

“Havia uma cultura de caça aqui. Se as pessoas vissem um pássaro, disparavam. Mas nos últimos anos vemos cada vez mais gente com consciência que os animais devem ser protegidos,” diz. A caça ainda é popular e um meio de subsistência num território privado de outras oportunidades. Mas Abdel nota uma mudança de atitudes. “Agora, há até pessoas que vão às lojas de animais e compram pássaros para os libertar,” diz. “Porque como povo ocupado, não deveríamos meter os pássaros dentro de gaiolas.”

O professor dedicou a sua carreira ao estudo da fauna e a flora de Gaza e à sua conservação. Recentemente, colaborou com as irmãs Sirdah e outros investigadores na elaboração da primeira lista de aves que se pode observar em Gaza, publicada este ano. “A biodiversidade aqui é muito rica. Identificámos 250 espécies de aves, o que é incrível para uma região tão pequena,” diz.

Mas ao longo das décadas, tem vindo a assistir a uma séria deterioração ambiental na Faixa de Gaza. Aos bombardeamentos que devastam o território durante as ofensivas militares israelitas, junta-se a população que continua a crescer e a exercer cada vez mais pressão sobre os recursos, bem como a caça, os pesticidas e os herbicidas que são pulverizados por Israel junto às fronteiras para ser mais fácil ver e controlar o território sem vegetação.

“Costumávamos ver muitas perdizes, codornizes, pintassilgos, muitas aves limícolas. Mas agora vemos cada vez menos,” lamenta o professor. As zonas húmidas de Wadi Gaza, a zona mais rica em biodiversidade, tema do doutoramento de Abdel, foi um dos ecossistemas mais afetados. “Israel começou a desviar a água, que deixou de chegar em quantidades suficientes a Wadi Gaza. Depois, com falta de eletricidade, não havia capacidade de tratar as águas residuais, e o esgoto ia parar lá. Das zonas húmidas, o esgoto corria para o mar e contaminava as praias. Tornou-se um desastre ambiental,” conta.

Durante as recorrentes guerras e ofensivas militares contra a faixa densamente povoada, os bombardeamentos israelitas atingem tudo: militantes do Hamas e da Jihad Islâmica, mas também mulheres, crianças, animais e plantas. Armazéns com armas, mas também universidades, escolas, mesquitas, cemitérios e jardins. Alvos militares, mas também toda a vida em volta.

Milhares de palestinianos, maioritariamente civis, morreram em bombardeamentos israelitas nas seis ofensivas militares dos últimos anos. Os bombardeamentos também atingiram as infraestruturas de água e saneamento, piorando a qualidade da água, já contaminada pela salinização e pela incapacidade de tratar águas residuais por falta de eletricidade, e agravando a crise ambiental.

As autoridades israelitas alegam que as operações militares contra Gaza são “preventivas” e necessárias para proteger Israel de rockets lançados pelo Hamas e outros grupos armados, que já mataram algumas dezenas de israelitas nas últimas décadas e causaram feridos e danos. Para organizações de defesa dos direitos humanos como a Amnistia Internacional, as ofensivas israelitas são ataques desproporcionais contra populações civis que violam as leis internacionais e que deveriam ser investigados como crimes de guerra.

Recentemente, um projeto financiado pelo Governo alemão construiu uma nova central de tratamento de águas para substituir as centrais danificadas em bombardeamentos e remediar as falhas de saneamento em Gaza. “A nova estação ajudou a melhorar a situação nas zonas húmidas. Mas o que nos garante que não vai ser também bombardeada, ou que vai haver eletricidade suficiente para que continue a operar?” pergunta o professor, enquanto serve café no seu gabinete na universidade, que também já foi alvo de mísseis israelitas.

Estilhaços e ninhos

Em Gaza, é mais provável que quem cresceu a presenciar as ofensivas militares israelitas nos últimos 15 anos conheça melhor os diferentes tipos de mísseis e projéteis que caem do céu do que as diferentes espécies de aves que voam sobre o território. Mas o arquiteto Salem Al Qudwa descobriu que às vezes há ligações inesperadas entre aves e bombardeamentos.

“Eu vivi numa zona que foi alvo de bombardeamentos intensos. A fachada do edifício onde vivia ficou com vários buracos criados pelos estilhaços de mísseis israelitas. Mas para minha surpresa, passado um tempo descobri que alguns pardais estavam a construir ninhos nos buracos,” conta Salem, que se interessa pela arquitetura como uma ferramenta para a reconstrução de comunidades devastadas.

Pelos territórios palestinianos ocupados, os pássaros constroem ninhos nos buracos de edifícios bombardeados, nos telhados de postos de controlo e junto a torres de vigia. Voam sobre os muros de betão que mutilam o território e empoleiram-se no arame farpado e nas barreiras criadas para segregar e confinar a população palestiniana.

“Os pássaros não reconhecem fronteiras, voam para onde quiserem,” diz o professor Abdel. “Nós não. Não temos liberdade.” E apesar de tudo, a inesperada possibilidade de surgirem ninhos dos estilhaços continua a dar alento a quem ainda consegue encontrar beleza no meio da destruição.

Para muitos palestinianos, os pássaros são mensageiros da esperança, sobrevoam o território sitiado para dizer que ainda há formas de viver livre e rasgar com as asas os limites estreitos do bloqueio. “Quando vemos pássaros sentimos que há vida à nossa volta. Sentimos que há esperança, conforto, alegria… os pássaros dão-nos tanto,” diz Lara. “A palavra felicidade não é suficiente para descrever o que sentimos, especialmente quando vemos uma ave rara pela primeira vez,” continua.

As irmãs Sirdah descrevem entusiasmadas o dia em que conseguiram observar um noitibó-cinzento, uma espécie noturna que é muito difícil de encontrar por causa da plumagem camuflada. “Vi o pássaro a descansar no ramo de uma oliveira muito antiga. Estava muito bem escondido, mas conseguimos fotografá-lo. Foi um dos dias mais felizes de que me lembro,” conta Mandy com um sorriso orgulhoso.

Dois estudos publicados no ano passado na revista “Scientific Reports” descobriram que ver e ouvir aves pode contribuir para melhorar o bem-estar mental. Segundo os investigadores responsáveis pela investigação, o canto de pássaros pode aliviar emoções negativas e reduzir sentimentos de ansiedade e depressão.

Um alívio que é desesperadamente necessário em Gaza, onde grande parte da população exposta ao bloqueio brutal e à violência recorrente sofre com trauma e stress pós-traumático. De acordo com um relatório da organização Save the Children, quatro em cada cinco crianças em Gaza vive com depressão, angústia e medo.

“Os pássaros ajudam-nos a lidar com as pressões da vida aqui. Fazem-nos esquecer tudo,” diz Mandy. As irmãs sentem muita satisfação quando são capazes de espalhar a paixão que sentem por aves e os sonhos de voo. “Ficamos muito, mas muito felizes quando as pessoas nos enviam fotografias ou gravações de aves que viram ou que ouviram, e nos perguntam o que é. Vemos cada vez mais pessoas interessadas em conhecer a vida selvagem que as rodeia,” dizem.

Recentemente, as irmãs começaram a fazer vídeos sobre aves em linguagem gestual e a publicá-los online. A resposta da comunidade surda com que trabalham tem sido encorajadora. “Estão sempre a perguntar-nos quando é que vamos publicar mais vídeos, há muita gente entusiasmada,” diz Mandy. As gémeas consideram que os pássaros podem trazer muitos benefícios e melhorar o bem-estar de pessoas com deficiências.

Em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, a Sociedade do Crescente Vermelho organiza oficinas onde pessoas com deficiências constroem casas de vime para pássaros, mesmo quando as suas próprias casas são ameaçadas por bombardeamentos israelitas.

Sentado no ateliê, Zaki Abu Jamus, um artesão cego com várias décadas de experiência a trabalhar com vime, explica que as casas para pássaro se usam em jardins e terraços em Gaza, mas que também vende muitas para o estrangeiro. “Consigo fazer dezenas de casas por dia,” gaba-se o artesão. Apesar das dificuldades que enfrenta, quer mostrar a sua vontade de construir, mesmo quando rodeado de destruição.

Os dedos de Zaki dançam agilmente enquanto tece uma delicada casa para pássaros em apenas alguns minutos. Quando termina, segura a pequena casa de vime junto ao coração, e a sorrir, pergunta: “Quem é que não gosta de pássaros?” E quem é que não sonha com liberdade?

Artigo: https://leitor.expresso.pt/semanario/semanario2644/html/revista-e/-e/a-liberdade-la-em-cima